sábado, 24 de abril de 2010

Mansidão - Richard Simonetti

"Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra." (MATEUS, 5:5.)

Na atualidade terrestre, o vocábulo manso tem um sentido quase pejorativo. Usá-lo para referir-se a alguém soa como um xingamento. É como dizer: "É um pobre diabo! Corre água em suas veias!"
Isto porque estamos distanciados da angelitude, e a violência é o clima próprio da personalidade humana, ainda próxima da animalidade.
Todavia, se diante da rudeza humana a condição de mansuetude parece vexatória, e quase um mal, diante de Deus representa um passo decisivo no caminho do aprimoramento moral.
O indivíduo manso é tão-somente alguém que conseguiu superar os impulsos agressivos que caracterizam o estágio evolutivo em que nos encontramos, tornando-se senhor de si mesmo.

(...)

Herdar a Terra não significa, naturalmente, que ela se tornará de nossa propriedade, e sim que viveremos aqui, quando, expulsas as forças do Mal, nosso mundo passar a um estágio mais elevado, onde predominará o Bem.

(...)

Através das vidas sucessivas, com a aplicação da Lei de Causa e Efeito, que nos obriga a receber de volta toda violência praticada, aprendemos a conter impulsos primitivos, ajustando-nos às Leis Divinas.
Ontem nos comprazíamos em utilizar a força física para humilhar e fazer prevalecer nossa vontade. Hoje ostentamos um corpo mirrado, linfático, que inibe a agressividade em potencial que conservamos.
Ontem feríamos verbalmente, difamando, mentindo, conspurcando nomes respeitáveis. Hoje, distúrbios nas cordas vocais ou limitações nos centros de coordenação da voz nos obrigam a estancar o próprio veneno, reajustando a palavra.
Ontem cultivávamos rancor e mágoa, ressentimento e ódio, espalhando vibrações deletérias e desajustantes. Hoje, trazemos a mente torturada por mil problemas que nos fazem pensar no valor do perdão e da fraternidade, do respeito e da compreensão.
Assim, a Sabedoria Divina desfaz os derradeiros laços de animalidade a que nos apegamos, preparando-nos para o voo rumo à Angelitude.

(Do Livro "PARA VIVER A GRANDE MENSAGEM", de Richard Simonetti - FEB )