terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Se o sol não iluminasse... (Tagore)

Se o sol não iluminasse, derramando inestimáveis
bênçãos que aquecem e alimentam;

Se a lua não trouxesse tanta poesia às noites
de minhas esperanças;

Se o mar não fosse tão rico, ostentando a fluência
de suas águas azulíneas, na vastidão dos espaços;

Se o verde das campinas não oferecesse reconforto
e refazimento aos meus olhos crestados pelas desilusões;

Se a música que as aves sabem executar não ressoasse
em meu ser, qual mensagem de vida e alegria;

Se eu não encontrasse na candura da flor
alívio e esperança para as amarguras do mundo;

Se o sorriso da criança não me falasse de um
futuro melhor, referto de entendimento e concórdia;

Se eu, finalmente, não percebesse, nos horizontes da
própria alma, a aurora da imortalidade venturosa, talvez
ainda assim não duvidasse de Tua existência, Senhor!


(No Bosque da Solidão - Tagore além das estrelas - Tagore/ Ariston Santana Teles)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

" - O sexo tem sido tão aviltado pela maioria dos homens reencarnados na Crosta que é muito difícil para nós outros, por enquanto, elucidar o raciocínio humano, com referência ao assunto. Basta dizer que a união sexual entre a maioria dos homens e mulheres terrestres se aproxima demasiadamente das manifestações dessa natureza entre os irracionais. No capítulo de relações dessa espécie, há muita inconsciência criminosa e indiferença sistemática às leis divinas. Desse plano não seria razoável qualquer comentário de nossa parte. Trata-se dum domínio de semibrutos, onde muitas inteligências admiráveis preferem demorar em baixas correntes evolutivas. É inegável que também aí funcionam as tarefas de abnegados construtores espirituais, que colaboram na formação básica dos corpos, destinados a servirem às entidades que reencarnam nesses círculos mais grosseiros. Entretanto, é preciso considerar que o serviço, em semelhante esfera, é levado a efeito em massa, com características de mecanismo primitivo. O amor, nesses planos mais baixos, é tal qual o ouro perdido em vasta quantidade de ganga, exigindo largo esforço e laboriosas experiências para revelar-se aos entendidos. Entre as criaturas, porém, que se encaminham de fato, aos montes de elevação, a união sexual é muito diferente. Traduz a permuta sublime das energias perispirituais, simbolizando alimento divino para a inteligência e para o coração, e força criadora não somente de filhos carnais, mas também de obras e realizações generosas da alma para a vida eterna."

(Instrutor Alexandre, no livro "Missionários da Luz", ditado por André Luiz, para Chico Xavier. 1945. 22ª. edição. Pag.198. FEB)

sábado, 12 de novembro de 2011

Testamento - Alda Lara

À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...

E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...

Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...

E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.

Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...

Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...

--

(Compartilhado pelo colega Ediloy, a quem agradeço!)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA – Richard Simonetti

(...) o arrependimento sincero, de quem se conscientiza dos próprios enganos e se dispõe a uma guinada existencial, modificando seus rumos, não é fácil. O homem comum distrai-se de suas responsabilidades, sempre pronto a justificar seus desvios com intermináveis sofismas:

- Roubei, sim, e até matei, porque tinha fome – alega o criminoso esquecido das bênçãos do trabalho.
- Enriqueci, sim, mas com meu esforço, com o trabalho digno, sem prejudicar ninguém – proclama o industrial que explorou seus empregados e usou de especulações nos domínios de seus negócios.
- Bebo sim, mas para enfrentar os problemas da existência – explica o alcoólatra, sem atinar para o fato de que se transformou, ele próprio, num grande problema.
- Traí meu marido, sim, envolvi-me em aventuras extraconjugais, porque ele não me dava atenção – afirma a mulher displicente, a justificar sua irresponsabilidade.

Pessoas assim transitam pela vida de consciência anestesiada pela indiferença em relação aos valores morais, para somente despertarem no Plano Espiritual, quando se habilitam a penosas jornadas de retificação.

(...)

No entanto, a mesma displicência moral que faz o delinquente, o explorador, o viciado, o adúltero, induz o espírita a justificar suas omissões:

- O Espiritismo ensina que é preciso praticar a caridade, ajudar o próximo, participar de serviços assistenciais, mas não tenho tempo. Há a família, a profissão, os compromissos financeiros...
- O Espiritismo adverte que devo conter meus impulsos inferiores, mas não consigo. Sou um fraco...
- O Espiritismo orienta que devo harmonizar-me com os familiares. Impossível. São muito difíceis...

Há quem informe:
- Não posso proclamar-me espírita, porquanto tenho muitas mazelas...

Companheiros assim esperam pela virtude para serem espíritas. Ignoram deliberadamente que o espírita não é, necessariamente, um virtuoso. Apenas alguém disposto a assumir compromisso com a virtude.
Acomodados na superficialidade de suas convicções e na rotina de pálida participação em atividades espíritas, verificam, um dia, quando a morte impõe o balanço de sua existência, que tiveram tudo para caminhar mais depressa, para superar suas imperfeições e, no entanto, fizeram do conhecimento veiculado pelo Espiritismo um mero acréscimo de responsabilidade.

(...)


(Do livro “UM JEITO DE SER FELIZ”, de Richard Simonetti. 6ª. Edição, 2002. Editora CEAC.)

terça-feira, 5 de julho de 2011

(alguns) "Conceitos de uma cartilha preparatória"

"Cada Espírito é um mundo vivo com movimento próprio, atendendo às
causas que criou para si mesmo, no curso do Tempo, gravitando em
torno da Lei Eterna que rege a Vida Cósmica.”

“Dois terços das criaturas humanas encarnadas na Crosta
da Terra demoram-se em jornada evolutiva da
Irracionalidade para a Inteligência ou da Inteligência para
a Razão; a terça parte restante acha-se em trânsito da
Razão para a Humanidade. Fora do corpo terrestre, mas
ligados ao mesmo plano, evolutem bilhões de seres
pensantes nas mesmas condições.”

“Em esferas mais elevadas do Planeta, outros bilhões de almas
caminham da Humanidade para a Angelitude.”

“O processo de educação do Ser para a Divindade tem sua
base no reencarnacionismo e no trabalho incessante.”

“O instituto das compensações funciona igualmente para todos.”

“Ninguém ilude as leis universais.”

“Os recursos de dignificação da individualidade permanecem ao dispor da
comunidade planetária nas diversas escolas religiosas da Terra, escolas
que se diferenciam no culto externo, de acordo com os impositivos de
espaço e tempo, mas que, no fundo e em essência, se irmanam na Fonte
da Eterna Verdade, em que a integração da Alma com a Luz Divina se
realiza por intermédio do Supremo Bem.”

“Jesus é o Ministro do Absoluto, junto às coletividades que
progridem nos círculos terrestres; os grandes instrutores
do mundo, fundadores de variados sistemas de fé,
representam mensageiros dEle, que nos governa desde o
princípio.”

“Toda criatura humana possui consigo as sementes da Sabedoria e do
Amor; quando ambientar esses divinos germes, dentro de si mesma, e
desenvolvê-los amplamente, através dos séculos incessantes,
conquistará as qualidades do Sábio e do Anjo, que se revelam na
sublime personalidade dos Filhos de Deus, em maioridade divina.”

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("Conceitos de uma cartilha preparatória." Do livro "Voltei", capítulo 17: "Na escola da iluminação." Irmão Jacob/Psicografia de Chico Xavier. 1999. 19a ed. FEB)