Se o sol não iluminasse, derramando inestimáveis
bênçãos que aquecem e alimentam;
Se a lua não trouxesse tanta poesia às noites
de minhas esperanças;
Se o mar não fosse tão rico, ostentando a fluência
de suas águas azulíneas, na vastidão dos espaços;
Se o verde das campinas não oferecesse reconforto
e refazimento aos meus olhos crestados pelas desilusões;
Se a música que as aves sabem executar não ressoasse
em meu ser, qual mensagem de vida e alegria;
Se eu não encontrasse na candura da flor
alívio e esperança para as amarguras do mundo;
Se o sorriso da criança não me falasse de um
futuro melhor, referto de entendimento e concórdia;
Se eu, finalmente, não percebesse, nos horizontes da
própria alma, a aurora da imortalidade venturosa, talvez
ainda assim não duvidasse de Tua existência, Senhor!
(No Bosque da Solidão - Tagore além das estrelas - Tagore/ Ariston Santana Teles)