sábado, 21 de janeiro de 2012

Problemas Pessoais - por André Luiz

A fé viva não é patrimônio transferível. É conquista pessoal.

A felicidade legítima não é mercadoria que se empresta. É realização
íntima.

A graça do Céu não desce a esmo. Tem que ser merecida.

A melhor caridade não é a que se faz por substitutos. Cabe-nos
executá-la por nós mesmos.

A fortaleza moral não é produto de rogos alheios. Provém do nosso
esforço na resistência para o bem.

A esperança fiel não se nos fixa no coração através de simples contágio.
É fruto de compreensão mais alta.

O verdadeiro amor não nasce das sombras do desejo. É fonte cristalina
e inexaurível do espírito eterno.

O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.

O paraíso jamais será adquirido pela sagacidade da compra. É atingível
pela nossa boa-vontade em fugir ao purgatório ou ao inferno da própria
consciência.

A proteção da Esfera Superior é inegável para todos nós que ainda nos
movimentamos na sombra. Ai de nós, todavia, se não procurarmos as bênçãos
da luz!


(Agenda Cristã. André Luiz/Chico Xavier.)

(Que espécie de justiça reclamou o Senhor para Ele, quando vergava sobre a cruz?)

...
Nesse ponto, a interlocutora, parecendo melindrada, acentuou asperamente:
- Suas palavras são filhas da pregação religiosa, mas eu estou à procura da
justiça...

E com riso irônico, terminava:
- Aliás, da justiça apregoada por Jesus.

O missionário não se exaltou ante o sarcasmo do gesto que acompanhou a
observação ingrata e disse-lhe, bondoso:
- A justiça!  quantos crimes se praticam no mundo em seu nome! quantos
homens e mulheres, que, em procurando fazer justiça sobre si mesmos, nada
mais fazem que incentivar a tirania do «eu»? Refere-se a irmã ao Divino
Mestre. Que espécie de justiça reclamou o Senhor para Ele, quando vergava
sobre a cruz? Nesse sentido, minha amiga, o Cristo nos deixou normas de que
não deveremos esquecer. O Mestre mantinha-se vigilante em todos os atos
alusivos à justiça para os outros. Defendeu os interesses espirituais da
coletividade, até a suprema renunciação; entretanto, quando surgiu a ocasião
do seu julgamento, guardou silêncio e conformação até ao fim. Naturalmente
não desejou o Mestre, com semelhante atitude, desconsiderar o serviço
sagrado dos juizes retos, no mundo carnal, mas preferiu adotá-la,
estabelecendo o padrão de prudência para todos os discípulos de seu
Evangelho, nas mais diferentes situações. Ao se tratar de interesses
alheios, minha irmã, devemos ser rápidos na justificação legitima;
entretanto, quando os assuntos difíceis e dolorosos nos envolvem o «eu»,
convém moderar todos os impulsos de reivindicação. Nem sempre a nossa visão
incompleta nos deixa perceber a altura da dívida que nos é própria. E, na
dúvida, é lícita a abstenção. Acredita que Jesus tivesse algum débito para
merecer a sentença condenatória? Ele conhecia o crime que se praticava,
possuía sólidas razões para reclamar o socorro das leis; no entanto,
preferiu silenciar e passar, esperando-nos no campo da compreensão legítima.
É que o Mestre, acima do «olho por olho» das antigas disposições da lei,
ensinou o «amai-vos uns aos outros», praticando-o invariavelmente. Confirmou
a legalidade da justiça, mas proclamou a divindade do amor. Demonstrou que
será sempre heroísmo o ato de defender os que merecem, mas se absteve de
fazer justiça a si mesmo, para que os aprendizes da sua doutrina estimassem
a prudência humana e a fidelidade divina, nos problemas graves da
personalidade, fugindo aos desvarios que as paixões do «eu» podem
desencadear nos caminhos do mundo.

(de "Missionários da Luz". André Luiz/ Chico Xavier. FEB)

Palavras dos meus Silêncios - Lúcia Constantino

Mestre,
direciona-me no caminho
para que eu saiba ouvir
a água que canta pelos olhos
dos meus irmãos,
e saiba interpretar este canto
como um código dos anjos.
Que eu acredite, ó Mestre,
ser ainda capaz
de ouvir a canção de uma alma
e nela reconhecer o eco
de Tua voz.


(Direitos autorais reservados à autora)
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