quinta-feira, 12 de junho de 2008

Quando me ordenas que cante - Tagore

Quando me ordenas que cante, meu coração parece
que vai arrebentar de orgulho; olho para o Teu rosto
e meus olhos se enchem de lágrimas.

Tudo que é áspero e dissonante em minha vida
transforma-se numa melodia suave e única, e minha
adoração solta as asas como um pássaro feliz no seu vôo
tranqüilo sobre o mar.

Sei que o meu canto Te dá prazer. E sei também
que só como cantor é que posso ficar na Tua presença.

Toco com a ponta da asa largamente aberta do meu
canto os Teus pés, que nunca aspiro poder alcançar.
E inebriado pela alegria de cantar, esqueço-me
de mim mesmo e chamo-Te amigo, Tu que és meu Senhor.



(de Rabindranath Tagore - Gitanjali - Oferenda Lírica)